A corretora XP Investimentos alterou seu cenário de previsão e passou a projetar a taxa da Selic em 3,5% no fim deste ano (2021) e em 4,5% no fim do próximo ano. Antes, a corretora esperava que o juros básico encerrasse 2021 em 3% e 2022 em 4%.
Um dos motivos para essa mudança foram os indicadores de atividade melhores do que o esperado no fim do ano passado, por exemplo. Além do choque inflacionário prolongado e da sinalização do Copom de que a normalização da política monetária deve ser antecipada.
O que consta no relatório da XP Investimentos
Caio Megale, economista-chefe da XP, destacou em relatório que o Copom afirma se manter suficientemente adequado o estímulo monetário ultra-elevado, mas destacou ter observado que, “neste momento”, ajustes podem ser feitos caso sejam necessários.
Para o economista, com o fim do “forward guidance” (Ferramenta de política monetária utilizada para sinalizar taxas de juros e orientar a economia em um curto período de tempo, a fim de atingir as metas esperadas), a condução da política monetária volta a seguir o receituário do regime de metas.
Como a pandemia deve influenciar na inflação
“Dessa forma, concordamos com o Copom que há uma variância maior do que a usual para a inflação prospectiva”, destacou Caio. Ainda de acordo com Megale, o agravamento recente da pandemia aumenta tanto o risco de ociosidade quanto de deterioração fiscal.
Na avaliação do XP, a alta incerteza sugere que o Copom seja mais cauteloso antes de iniciar o processo normal de normalização das taxas de juros. Assim, acredita-se que a comissão deve esperar por informações sobre o desempenho econômico no primeiro trimestre antes de a política monetária começar a apertar.
O economista também acredita que o Copom irá preferir antecipar o ciclo de alta de juros de agosto para maio. Momento este em que o conjunto de informações, como o balanço patrimonial, sobre o primeiro trimestre do ano estará mais claro para a tomada de decisões.
A evolução da taxa Selic nos últimos 3 anos
A taxa Selic definida pelo Comitê de Política Monetária, Copom, é uma meta anual que varia mês a mês, conforme as mudanças no índice de inflação, o IPCA. Entretanto, além da meta da Selic anual, há ainda as taxas mensais e a acumulada (soma das taxas mensais da Selic do ano em questão).
Essas informações ficam disponíveis para consulta no site do Banco Central. Confira na tabela a seguir a evolução da Selic mês a mês e o acumulado dos últimos três anos (os dados da tabela abaixo foram todos retirados do site da Receita Federal).
Mês/Ano | 2020 | 2019 | 2018 |
Janeiro | 0,38% | 0,54% | 0,58% |
Fevereiro | 0,29% | 0,49% | 0,47% |
Março | 0,34% | 0,47% | 0,53% |
Abril | 0,28% | 0,52% | 0,52% |
Maio | 0,24% | 0,54% | 0,52% |
Junho | 0,21% | 0,47% | 0,52% |
Julho | 0,19% | 0,57% | 0,54% |
Agosto | 0,16% | 0,50% | 0,57% |
Setembro | 0,16% | 0,46% | 0,47% |
Outubro | 0,16% | 0,48% | 0,54% |
Novembro | 0,15% | 0,38% | 0,49% |
Dezembro | 0,16% | 0,37 | 0,49% |
ACUMULADO | 2,75 | 5,79 | 6,5 |
Vale destacar, que a Selic afeta as principais operações financeiras no país, influenciando diretamente em investidores e aplicações como as do Tesouro Direto, renda fixa e rendimentos de contas baseados no índice do CDI. Nesse sentido, é necessário ficar atento as suas mudanças.
Leia também: Especialistas avaliam investimentos com Taxa Selic em 2%.
Vídeo – Aumento da Selic: entenda os impactos
Neste vídeo, a Jovem Pan convida o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti, para abordar sobre a expectativa do mercado para a economia brasileira decorrente da elevação da Selic entre os anos de 2021 e 2022, bem como seus impactos para o país.
References
índice de inflação – IPCA: O que é? IPCA Hoje e Acumulado 2021
Especialistas avaliam investimentos com Taxa Selic em 2% – Especialistas avaliam investimentos com Taxa Selic em 2% – FolhaBR