McKinsey irá pagar US$ 573 milhões por crise de opióides nos EUA

A empresa de consultoria McKinsey & Co concordou em pagar pelo menos US$ 573 milhões para resolver reivindicações de mais de 40 estados dos EUA relacionadas ao seu papel na epidemia de opióides e ao conselho que deu ao fabricante de OxyContin Purdue Pharma.

O acordo é com 43 estados, o Distrito de Columbia e três territórios, disse uma fonte na quarta-feira (3). Vários procuradores-gerais disseram que planejam anúncios sobre a epidemia de opioides na quinta-feira (4).

Entre eles, está incluso o procurador-geral de Vermont, TJ Donovan, cujo escritório disse que iria anunciar sua participação no primeiro acordo multiestadual de opióides para resultar em um pagamento substancial aos estados para enfrentar a epidemia.

McKinsey irá pagar US$ 573 milhões por crise de opióides nos EUA
Fonte: (Reprodução/Internet)

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Uso de OxyContin causou milhares de mortes

O procurador-geral de Washington, Bob Ferguson, disse que havia chegado a um acordo separado de US$ 13 milhões com a McKinsey, além do acordo multiestadual relatado. A McKinsey já havia sido investigada por seu papel de aconselhar a Purdue Pharma.

Um processo do procurador-geral de Massachusetts, Maura Healey, alegou que a McKinsey aconselhou os Sacklers, família proprietária da Purdue Pharma, sobre como turbinar as vendas de opiáceos.

A Purdue pediu concordata em 2019 como parte de um acordo proposto no valor de US$ 10 bilhões para resolver ações judiciais que alegam que seu marketing de analgésico ajudou a alimentar a epidemia.

O uso de OxyContin e de outros analgésicos opióides se tornou uma epidemia nos Estados Unidos que é responsável por dezenas de milhares de mortes, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Mortes chegaram a 450 mil entre 1999 e 2018

Mais de 3.200 ações judiciais estão pendentes, buscando responsabilizar farmácias, fabricantes e distribuidores dos medicamentos por uma epidemia de dependência de opióides que, de acordo com dados do governo dos EUA, resultou em 450 mil mortes por overdose de 1999 a 2018.

Os governos estaduais e locais também estão em negociações para acordos com os distribuidores de medicamentos Cardinal Health Inc, McKesson Corp e Amerisourcebergen Corp e a farmacêutica Johnson & Johnson.

Os processos acusam os fabricantes de medicamentos de comercializar opioides de forma enganosa e os distribuidores de ignorar os sinais de alerta que indicam que os analgésicos prescritos estão sendo desviados para usos indevidos. Eles negam transgressões.

O escritório de James acrescentou que este é o primeiro acordo multiestadual de opióides a resultar em um pagamento substancial aos estados para enfrentar a crise. Espera-se que os fundos do acordo sejam usados ​​para ajudar a enfrentar os efeitos da epidemia de opioides.

McKinsey lamenta participação no ocorrido

“Escolhemos resolver esse assunto para fornecer apoio rápido e significativo às comunidades nos Estados Unidos”, disse Kevin Sneader, sócio-gerente global da McKinsey, em um comunicado sobre o acordo .

Lamentamos profundamente não ter reconhecido adequadamente as trágicas consequências da epidemia que se desdobra em nossas comunidades. Com este acordo, esperamos ser parte da solução para a crise dos opioides nos Estados Unidos”, continua a declaração de Sneader. 

A empresa de consultoria disse à CNN Business em 2019 que não trabalharia mais para a Purdue Pharma, a polêmica empresa de medicamentos que fabricava o analgésico de prescrição OxyContin. 

Purdue admitiu culpa em três acusações

Em outubro, a Purdue Pharma concordou em se confessar culpada de três acusações criminais federais por seu papel na criação da crise de opióides do país, além de pagar mais de US$ 8 bilhões e dissolver a empresa.

A McKinsey disse no comunicado que reafirmou o compromisso que assumiu há dois anos de não aconselhar clientes em nada relacionado a opióides em qualquer lugar do mundo. O acordo não envolve a admissão de delito ou responsabilidade, e a McKinsey disse acreditar que seu trabalho anterior era legal.

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Traduzido e adaptado por equipe Folha BR.

Fontes: Reuters e CNN.