A empresa de jatos privados Wheels Up está se fundindo com uma empresa de aquisição de propósito específico (SPACs) para abrir o capital sob o símbolo “UP”, com uma avaliação de mais de US$ 2 bilhões, mais do que o dobro do valor de 2019.
O negócio, que deve ser fechado no segundo trimestre, tornará a Wheels Up a primeira empresa de jatos privados autônoma de capital aberto e vai superar muitos dos líderes de longa data do setor na corrida para se tornar o Uber ou AirBnb da aviação privada.
Ele também destaca a rápida recuperação das empresas de jatos particulares durante a pandemia, à medida que os ricos migraram para a segurança dos jatos particulares para viajar enquanto a indústria da aviação comercial continua lutando.
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Negócio de jatos particulares continua estável
O tráfego de companhias aéreas comerciais caiu cerca de 65% a 70% em relação aos níveis pré-pandêmicos, enquanto as reservas de jatos particulares ainda estão nos níveis pré-pandêmicos ou próximos a eles.
Sob os termos do acordo, a Aspirational Consumer Lifestyle, uma SPAC fundada por um ex-executivo da LVMH, se fundirá com a Wheels Up por um valor empresarial de cerca de US$ 2,1 bilhões.
O negócio deve fornecer cerca de US$ 790 milhões em dinheiro, com US$ 240 milhões em dinheiro da Aspirational e US$ 550 milhões de um PIPE, ou investimento privado em ações públicas na sigla em inglês.
Os investidores do PIPE incluem T. Rowe Price, Fidelity, Franklin Advisors, Durable Capital, HG Voro Capital Management e Third Point, um fundo de hedge administrado por Dan Loeb.
Delta Airlines permanecerá acionista da Wheels Up
A Delta Airlines, que tem participação acionária na Wheels Up a partir da fusão da Delta Private Jets com a Wheels Up no ano passado, também permanecerá como acionista quando o negócio for concluído.
“2020 foi o início de uma grande democratização para nós. Vimos tantas pessoas novas que nunca haviam voado em privado antes de realmente pegar e juntar-se ao Wheels Up ou subir para a plataforma e voar”, disse Kenny Dichter, fundador e CEO da Wheels Up.
O acordo marca uma validação para Dichter, um empresário de alta octanagem que começou a vender camisetas para colegas estudantes na Universidade de Wisconsin e passou a criar o Marquis Jets, que mais tarde foi vendido para a NetJets.
Começando em 2013 com um modelo de associação e frota de turboélices King Air, a Dichter teve como objetivo derrubar a indústria da aviação de sua posição elitista e inacessível para atender a um mercado mais rico em massa.
Ex-executivo da LVMH fará parte do conselho
No ano passado, a empresa voou com mais de 150 mil passageiros com mais de 1.500 aeronaves próprias, administradas e de terceiros. Ao se fundir com a Aspirational, a Wheels Up ganha um parceiro em marketing de luxo e expansão no exterior, especialmente nos mercados asiáticos de rápido crescimento.
O CEO e presidente da Aspirational, Ravi Thakran, é o ex-presidente do grupo LVMH Sul e Sudeste Asiático, Austrália e Oriente Médio e ex-presidente emérito dos negócios da Ásia para L Catterton, a empresa de capital privado que inclui LVMH e Groupe Arnault como sócios.
Thakran, que fará parte do conselho da Wheels Up, ajudará a aconselhar a empresa sobre a expansão no exterior e formar parcerias para eventos e experiências VIP para ajudá-la a se tornar mais uma marca global de viagens e estilo de vida.
A Wheels Up teve sucesso no marketing de acesso exclusivo aos principais eventos esportivos e ostenta uma lista de atletas famosos como embaixadores da marca.
Wheels Up aposta em apps para popularizar
A questão para a Wheels Up é se ela pode gerar crescimento nos lucros para os acionistas de Wall Street e, ao mesmo tempo, aumentar a participação de mercado em um setor com um histórico de margens de lucro estreitas e excesso de capacidade.
O principal desafio para o negócio de jatos particulares são as grandes frotas e a demanda esporádica que resulta na maioria dos jatos particulares voando vazios ou com apenas um ou dois passageiros.
A proliferação de aplicativos de reserva sob demanda tornou mais fácil para os passageiros em potencial reservar um avião fretado ou assento, da mesma forma que fariam com um Uber ou AirBnb.
“Noventa por cento das pessoas que podem voar não voaram em jatos particulares, e 95% dos aviões estão parados. Usar tecnologia de última geração para conectá-los é uma grande jogada. Trata-se de conectar milhões de clientes com dezenas de milhares de aviões em tempo real”, disse Thakran.
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Traduzido e adaptado por equipe Folha BR.
Fontes: CNBC e Financial TImes.
