O Vaticano diz que os comentários do Papa Francisco em apoio às uniões civis de pessoas do mesmo sexo foram tirados do contexto e não representam uma mudança na doutrina da Igreja
Em uma carta aos representantes papais na semana passada, os líderes do Vaticano disseram que os comentários do papa sobre as uniões gays durante uma entrevista de 2019 “geraram confusão” e eram uma referência a um debate de 10 anos sobre uma lei de casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina – não é a situação atual, informou a CNN na segunda-feira.
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“Há mais de um ano, durante uma entrevista, o Papa Francisco respondeu a duas perguntas diferentes em dois momentos distintos que, no referido documentário, foram editadas e publicadas como uma resposta única sem a devida contextualização, o que gerou confusão”, disse o 30 carta da Secretaria de Estado do Vaticano disse.
“É claro que o Papa Francisco estava se referindo a certas disposições feitas pelos Estados, e certamente não à doutrina da Igreja, que ele reafirmou inúmeras vezes ao longo dos anos”, disse a carta.
O papa de 83 anos fez os comentários em um filme intitulado “Francesco”, do diretor russo Evgeny Afineevsky, que estreou em 21 de outubro.
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A filmagem foi de uma entrevista de 2019 na Mexico Televisa, disse a CNN.
“Os homossexuais têm o direito de fazer parte da família”, disse o papa no filme. “Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família.”
“O que temos que criar é uma lei da união civil”, acrescentou. “Dessa forma, eles estão legalmente cobertos … Eu defendi isso.”
Os comentários geraram críticas dos líderes católicos romanos, que disseram que desafiavam os ensinamentos da Igreja e causavam “confusão e erro”.
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“Essas declarações geram grande perplexidade e causam confusão e erro entre os fiéis católicos”, disse o cardeal Raymond Burke, membro da mais alta corte do Vaticano, em um comunicado na semana passada.
O Papa Francisco sugeriu em entrevistas anteriores que ele não se opõe às uniões civis, um afastamento radical de seu antecessor, Bento XVI, que chamou a homossexualidade de “um mal moral intrínseco” durante seu mandato no Vaticano.
Traduzido e adaptado por equipe Folha BR
Fonte: New York Post