O presidente chinês, Xi Jinping, pediu às tropas de combate de elite de seu país que se concentrem na “preparação para a guerra” durante uma inspeção do Corpo de Fuzileiros Navais do Exército de Libertação Popular na terça-feira.
Xi, que ordenou a reestruturação dos fuzileiros navais como parte de uma defesa nacional e remodelação das forças armadas em 2017, reconheceu as tropas como a “força de elite para operações anfíbias“, de acordo com a tradução da Newsweek de imagens da emissora estatal chinesa CCTV.
O líder chinês falou a altos oficiais da marinha durante uma visita à cidade costeira de Chaozhou, no sul da província de Guangdong, como parte de seus planos de fazer um discurso comemorativo do 40º aniversário da Zona Econômica Especial de Shenzhen, na fronteira com Hong Kong na quarta-feira.
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Espera-se que o foco especial no centro comercial e de tecnologia envie um forte sinal a Hong Kong – marcado por protestos recentes contra a nova lei de segurança da China – sobre os benefícios de operar sob um mandato de Pequim.
Após uma coleta de dados da Marinha, Xi enfatizou a importância do Corpo de Fuzileiros Navais da China, que ele disse “assumir importantes deveres, como salvaguardar a segurança da soberania do país, integridade territorial, bem como interesses marítimos e ultramarinos“, via CCTV.
Os fuzileiros navais chineses devem “concentrar suas mentes e energia na preparação para a guerra, mantendo um alto nível de prontidão“, disse Xi aos líderes militares.
Xi também pediu uma cooperação mais estreita com outros ramos das forças armadas da China, a fim de “integrar totalmente” o Corpo de Fuzileiros Navais em um sistema de operações conjuntas.
O grito de guerra do presidente chinês chega em um momento em que a marinha chinesa continua realizando exercícios de fogo real no Mar da China Oriental, aparentemente ensaiando para uma possível invasão de Taiwan.
A ilha autogovernada com cerca de 24 milhões de habitantes, que a China vê como uma província separatista, respondeu com seus próprios exercícios anti-desembarque na costa oeste.
Desde setembro, Pequim também voou com aeronaves militares através da zona de identificação de defesa aérea de Taiwan com frequência crescente, informou recentemente o Ministério da Defesa Nacional da ilha.
O presidente taiwanês, Tsai Ing-wen, será encorajado pelos planos do governo Trump nesta semana de levar adiante uma série de vendas armadas planejadas para a ilha.
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No entanto, a decisão já irritou a China, cujo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, ameaçou Washington com “uma reação legítima e necessária”.
De acordo com a Reuters, Taiwan receberá armas, incluindo um lançador de foguetes montado em caminhão, mísseis ar-solo, sensores de dados de caça F-16, drones e um sistema de mísseis de defesa costeira.
Traduzido e adaptado por equipe Folha BR
Fontes: Newsweek e New York Post