As Olimpíadas acontecerão ‘independentemente do coronavírus’, diz o diretor de Tóquio 2020

Os relógios de contagem regressiva foram reiniciados, dizendo a quem passa, que faltam apenas 171 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. As Olimpíadas serão realizadas neste ano, “mesmo se o coronavírus evoluir”, disse o chefe Yoshiro Mori, de Tóquio 2020, na terça-feira (02), tirando as dúvidas sobre o evento.
 

As Olimpíadas acontecerão 'independentemente do coronavírus', diz o diretor de Tóquio 2020
Foto: (reprodução/internet)

Os organizadores, o governo do Japão e as autoridades olímpicas estão tentando apoiar os jogos apesar de um surto de infecções em todo o mundo, menos de seis meses antes da cerimônia de abertura.

A decisão do comitê olímpico

As dúvidas sobre os jogos cresceram à medida que os países foram forçados a reentrar em lockdowns, com grandes partes do Japão atualmente sob um estado de emergência contra o vírus, mas Mori soou uma nota confiante.

“Nós certamente iremos em frente, entretanto o coronavírus (pandemia) evolui”, disse ele em uma reunião de organizadores olímpicos e membros do partido governante do Japão em Tóquio.

“Devemos ir além da discussão sobre se vamos ou não realizá-la”. Trata-se de como o faremos”. Vamos pensar em um novo tipo de Olimpíadas nesta ocasião”, acrescentou ele.

Restrições no Japão 

Os comentários vieram horas antes do Primeiro Ministro Yoshihide Suga anunciar uma prorrogação de um mês do estado de emergência – o que significa que a medida vigorará até 7 de março em Tóquio e em várias outras partes do país.

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As restrições na fronteira mais rígidas impostas após o surto de infecções já forçaram o adiamento de alguns eventos esportivos, incluindo o primeiro evento de testes olímpicos deste ano, um qualificador artístico de natação que estava programado para março.

O revezamento da tocha olímpica nacional ainda está previsto para começar em 25 de março.

As Olimpíadas de 2021

Na quarta-feira (03), os organizadores devem delinear mais detalhes das extensas contra-medidas do coronavírus que elaboraram para os Jogos de 2020, que foram adiadas para 2021 em março passado, quando a COVID-19 se espalhou por todo o mundo.

Mas a opinião pública japonesa parece se opor à realização dos jogos este ano, com 80% das pessoas apoiando ou mais adiamentos ou um cancelamento em pesquisas. Os organizadores disseram que nenhuma dessas opções está sobre a mesa, e receberam um forte apoio tanto do Comitê Olímpico Internacional quanto de atletas de todo o mundo.

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Foto: (reprodução/Kwiyeon Ha/REUTERS)

A Ministra Olímpica Seiko Hashimoto disse na reunião que também estava confiante de que os jogos poderiam ir adiante.

“Fazer dos Jogos de Tóquio um sucesso demonstrará que o mundo está unido”, disse Hashimoto, ela própria uma ex-Olímpica.

Um impasse público

Enquanto os organizadores se agarraram à linha que os jogos serão abertos conforme programado em 23 de julho, as decisões-chave sobre a forma do evento permanecem – incluindo se os torcedores estrangeiros poderão vir e quantos espectadores estarão nos locais.

As associações médicas locais exortaram os organizadores a limitar os torcedores, alertando que o sistema de saúde do país tem sido sobrecarregado pela atual onda de infecções.

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O chefe do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, reconheceu pela primeira vez no mês passado que os jogos poderiam ser realizados sem público.

“Isto eu não posso dizer”, disse ele, quando perguntado se os torcedores poderiam comparecer. “Nossa prioridade é garantir Jogos Olímpicos seguros e faremos o que for necessário para organizar Jogos Olímpicos seguros”.

Vacinação: A maior esperança das Olimpíadas

A espinhosa questão da vacinação também paira sobre o evento, com oficiais olímpicos e paraolímpicos interessados em incentivar os atletas a serem vacinados sempre que possível, mas para evitar ser vistos como promoção de salto de linha.

O Japão ainda não aprovou nenhuma vacina contra o coronavírus, e não se espera que comece a vacinar sua população antes do final de fevereiro, na melhor das hipóteses.

Traduzido e adaptado por equipe Folha BR
Fontes: Japan Times, The Guardian