O ministro da Inteligência do Irã advertiu na terça-feira que seu país buscaria armas nucleares se as sanções a Teerã não fossem levantadas, contrariando diretamente a posição oficial de longa data do regime de que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos.
O Irã pode perseguir armas nucleares
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“Nosso programa nuclear é pacífico e a fatwa do líder supremo proibiu as armas nucleares, mas se eles empurrarem o Irã nessa direção, não será culpa do Irã, mas daqueles que o empurraram”, disse Mahmoud Alavi, de acordo com um estado Reportagem de TV afiliada, referenciando uma fatwa emitida na década de 1990 pelo líder supremo aiatolá Ali Khamenei proibindo armas nucleares.
“Se um gato está encurralado, ele pode mostrar um tipo de comportamento que um gato livre não teria”, acrescentou Alavi.
No mês passado, um ex-diplomata iraniano alertou Israel ou os EUA se eles adotassem medidas “perigosas”, Khamenei pode reverter o decreto religioso que proíbe as armas nucleares.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, advertiu no domingo que Teerã não cumprirá o acordo nuclear de 2015 até que os EUA retirem todas as sanções contra ele.
O governo Biden, no entanto, disse que o Irã deve primeiro parar de enriquecer urânio.
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O secretário de Estado, Antony Blinken, alertou que Teerã está a meses ou mesmo semanas de uma bomba se continuar violando os termos do acordo, ecoando uma advertência feita uma semana antes pelo chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Aviv Kohavi.
Alavi também disse que um militar iraniano esteve envolvido no assassinato em novembro de Mohsen Fakhirzadeh, o mentor do programa nuclear iraniano, que o regime atribuiu a Israel.
“A pessoa que realizou os primeiros preparativos para o assassinato era um militar”, disse Alavi à mídia estatal na segunda-feira, em declarações veiculadas pela AFP.
No sábado, o Wall Street Journal informou que os inspetores nucleares das Nações Unidas encontraram vestígios de material radioativo não declarado em instalações nucleares iranianas que poderiam indicar trabalho com armas nucleares.
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No ano passado, Teerã impediu que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acessassem os mesmos locais por sete meses.
Uma das instalações em Abadeh foi destacada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em setembro de 2019 como o local de uma alegada instalação nuclear secreta.
Netanyahu disse na época que o Irã havia “conduzido experimentos para desenvolver armas nucleares” e mais tarde procurou destruir o local junto com qualquer evidência de que havia tentado.
“Este é um encobrimento real. Eles colocaram cascalho para tentar esconder seus vestígios”, disse ele na época, acrescentando que a AIEA havia encontrado vestígios de urânio ali.
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O Irã anunciou no mês passado que estava enriquecendo urânio com pureza de 20%.
Uma vez que a pureza de 20 por cento é alcançada, é um pequeno passo técnico para as centrífugas obterem enriquecimento de 90 por cento para armas ou até mais.
Traduzido e adaptado por equipe Folha BR
Fonte: New York Post e Breitbart