Richard Yu, o chefe dos negócios de smartphones da Huawei, foi escalado para também liderar a unidade de nuvem e inteligência artificial (IA) da empresa exatamente quando a divisão de celulares enfrenta um futuro incerto.
Depois de um breve período como o maior fabricante de smartphones do mundo, o negócio de celulares da Huawei está em declínio devido às sanções dos EUA.
Yu transformou a Huawei em uma empresa que projetou e fez telefones para outras marcas em um dos principais fornecedores de smartphones do mundo em apenas alguns anos. O executivo, que está na Huawei há quase três décadas, iniciará como chefe dos negócios de nuvem e IA em 7 de fevereiro.
Veja mais: Canadá impede a China de comprar mina de ouro, cita segurança nacional
Huawei está passando por transformação
Transferir um veterano de sucesso para esta unidade de negócios que foi criada no ano passado, destaca as áreas nas quais a Huawei vê seu futuro, já que alguns de seus negócios, em particular smartphones, continuam a sentir o calor da pressão dos EUA.
“Richard tem um histórico comprovado na Huawei em vários cargos. Acredito que haverá maior sinergia entre smartphones e computação em nuvem com ele a bordo com responsabilidade adicional”, disse uma fonte da empresa sob condição de anonimato.
A nomeação de Yu chega em um momento de fluxo de transformações para a Huawei. Ele terá a tarefa de decidir o que vem a seguir para o negócio de smartphones da Huawei.
Além disso, também irá tentar transformar a empresa em uma gigante da computação em nuvem e da inteligência artificial, competindo com rivais já bem posicionados como o Alibaba, Tencent e Baidu.
Problemas com Washington atrapalham Huawei
Durante a administração Trump, a Huawei recebeu o rótulo de ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Washington alegou que o equipamento de rede da empresa poderia ser usado por Pequim para espionar os americanos.
A Huawei negou várias vezes as alegações de Trump de que representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Mas, ainda assim, Washington atingiu a empresa com uma série de sanções.
Em 2019, a Huawei foi colocada em uma lista negra dos EUA, que restringia as empresas americanas de exportar determinados softwares e componentes para a empresa. Isso levou o Google a cortar os laços e impedir a Huawei de usar uma versão licenciada de seu sistema Android.
Como resultado, a Huawei viu sua participação no mercado de smartphones cair fora da China, efetivamente desacelerando seus negócios em crescimento. A divisão de consumo da Huawei, que inclui smartphones, foi a maior em receita em 2019.
Huawei é forçada a vender marcas
Os EUA também tomaram medidas para cortar o fornecimento de chips essenciais à Huawei. A Huawei foi forçada a vender sua marca de smartphones econômica Honor em novembro para que ela sobrevivesse, embora não seja mais propriedade da gigante chinesa de tecnologia.
Na segunda-feira, a Reuters informou que a Huawei está em negociações para vender suas marcas premium de smartphones P e Mate. A Huawei disse que não há mérito para esses rumores e que continua totalmente comprometida com o negócio de smartphones.
Leia também: Trump diz que ataque cibernético do governo pode ter sido na China, não na Rússia
Traduzido e adaptado por equipe Folha BR.