Ford e Google anunciam parceria de seis anos

A Ford e o Google estão entrando em um acordo de seis anos que tornará o gigante da tecnologia responsável por grande parte da crescente conectividade dos veículos da montadora. O Google também fornecerá computação em nuvem e outros serviços de tecnologia.

A parceria anunciada na segunda-feira (1) tem o objetivo de simplificar as operações da Ford e acelerar um plano de reestruturação de US$ 11 bilhões. Isso marca uma grande mudança para a montadora, que gastou milhões de dólares anualmente nos últimos anos para desenvolver e manter esses sistemas.

Também dará ao Google um novo cliente marcante para sua tecnologia de computação em nuvem, que fica atrás dos rivais Amazon e Microsoft em participação de mercado, e mostra como o Google está disposto a usar ativos como seu domínio móvel para ajudar a construir seus negócios em nuvem. 

Ford e Google anunciam parceria de seis anos
Fonte: (Reprodução/Internet)

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Carros da Ford usarão aplicativos Google

O negócio não é exclusivo, permitindo às empresas usar outras nuvens ou data centers existentes da Ford. As ações da Ford subiram até 8,6% durante as negociações intraday no final da manhã de segunda-feira. As ações da empresa controladora do Google, Alphabet, subiram cerca de 3%.

Segundo o acordo, os veículos da Ford e da Lincoln terão Android, Google Assistant, Google Maps e Google Play a partir de 2023, e a nuvem do Google permitirá outros tipos de serviços. 

Por exemplo, o Google disse que a Ford está procurando usar a nuvem do gigante da tecnologia para habilitar um sistema de envio de mensagens aos clientes sobre manutenção ou oportunidades de troca.

O Google também ajudará a Ford a usar inteligência artificial em áreas como logística da cadeia de suprimentos e manufatura, disseram as empresas. Os programas espelham aplicativos de telefone em telas de infoentretenimento no veículo, fornecendo uma interface mais familiar para os motoristas.

Ford subiu 60% desde outubro

A parceria é a mudança mais recente para a Ford sob Jim Farley, que reestruturou as operações da montadora e a equipe de gestão desde que se tornou CEO em outubro. As ações da empresa subiram cerca de 60% sob seu mandato.

“Uma das partes mais importantes de nossa estratégia é a parceria. Isso significa que temos que deixar de fazer coisas genéricas que não agregamos valor, como sistemas de navegação e muito da experiência de entretenimento no carro”, disse Farley.

Farley disse que o negócio vale centenas de milhões de dólares, mas se recusou a fornecer um número específico. Ele acrescentou que estavam gastando centenas de milhões todos os anos, mantendo basicamente uma experiência genérica que não era competitiva para o celular.

Apesar de montadoras como a Ford gastarem um capital significativo para desenvolver tais sistemas, os consumidores passaram a usar os programas Android Auto do Google ou CarPlay da Apple enquanto dirigem, de acordo com grupos da indústria como o JD Power. 

Serviços de nuvem serão usados para atualização remota

A maior rival da Ford, a General Motors, anunciou um acordo em 2019 para integrar o assistente de voz do Google e o ecossistema de aplicativos em seus veículos a partir deste ano. Um porta-voz da GM confirmou que os planos continuam nos trilhos.

A parceria da Ford com o Google é mais ampla do que o acordo GM-Google. Funcionários de ambas as empresas farão parte de um novo grupo chamado Team UpShift, que usará os serviços do Google e a experiência em dados para otimizar as operações da Ford e criar uma experiência mais integrada para os clientes, disse Farley.

Farley disse que a Ford analisou várias empresas antes de escolher o Google. Ele disse que a montadora gostou especificamente dos serviços em nuvem do Google, uma tecnologia cada vez mais importante para as montadoras que começam a atualizar os veículos remotamente. 

As operadoras de celular ao redor do mundo atualizam seus produtos remotamente por meio de serviços de nuvem há anos, mas as montadoras, exceto a Tesla, têm demorado a adotar essas práticas.

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Traduzido e adaptado por equipe Folha BR.

Fonte: CNBC e CNN.