Nesta quarta-feira (27), o banco central dos Estados Unidos, Federal Reserve (Fed), deve continuar suas diretrizes de política monetária voltadas ao combate da crise da Covid-19. Nesse ínterim, o governo Biden articula alternativas para a economia que ainda enfrenta os prejuízos da pandemia.
Nos últimos encontros, o Fed realizou modificações importantes na política monetária americana. O público segue atento às medidas do banco central na esperança de que a vacinação possa influenciar nas medidas adotadas pelo órgão.
Fed não deve mudar perspectivas com vacina da Covid
Segundo a Forbes, alguns analistas acreditam que a vacinação contra o coronavírus não irá influenciar na mudança da política monetária do Fed. Logo, os juros não devem subir, no entanto, a possibilidade não foi integralmente descartada.
Conforme a especialista em economia Katy Bostjancic, da Oxford Economics, a economia terá um ritmo mais acelerado com a vacinação gradual da população. Isso resultará numa maior liberdade dos consumidores de gastarem com viagens, etc.
Até o último final de semana, aproximadamente 25 milhões de pessoas foram vacinadas com pelo menos uma das doses de vacina contra Covid-19. De acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, a expectativa é que a imunização diária cresça para 1,5 milhão de pessoas.
Analista avalia reflexos de pacote Biden
Além da vacinação, outros fatores tendem a impulsionar a política monetária do Fed, como por exemplo o pacote de US$1,9 trilhão de Biden para a economia. Para Katy Bostjancic, a iniciativa pode motivar um crescimento mais rápido da economia.
Essa postura da autoridade monetária é justificada pelo quadro crítico do mercado de trabalho nos EUA, que ainda não se recuperou totalmente dos impactos da crise. Este cenário esbarra no que o Fed entendia como reta final da pandemia com riscos considerados de curto prazo.
Em uma das reuniões, o banco central americano declarou que a taxa de juros poderia aumentar desde que acontecesse uma alta persistente da inflação. Portanto, inicialmente as diretrizes permanecerão mais “frouxas” diante do atual quadro econômico.
Todavia, o presidente do Fed, Jerome Powell, deve manter sua conduta dovish, que é a iniciativa de manter a taxa de juros próxima a zero com o intuito de fortalecer a economia durante a pandemia.
Juros baixos devem se prolongar
Com essa perspectiva, ao contrário do que o banco central afirmou anteriormente, a taxa de juros deve ser mantida baixa por um período mais longo ao invés de presenciar um segundo semestre mais flexível.
Ainda, existe a possibilidade dos juros serem mantidos em níveis reduzidos durante pelo menos três anos como forma de impulsionar o mercado de trabalho. Além disso, o Fed deve perseguir uma economia que ande em conjunto com a meta de inflação de 2%.
Estimativas para a nova gestão econômica
Ainda, outras questões podem influenciar o quadro econômico não só dos Estados Unidos como de todo o mundo. O trabalho em conjunto do Federal Reserve e dos projetos econômicos do presidente Joe Biden são uma delas.
Segundo o ex-Secretário do Tesouro dos EUA Larry Summers, a nomeação de Janet Yellen como Secretária do Tesouro americano e a predominância de democratas no governo indicam uma postura mais ativa no combate ao pouco crescimento econômico.
Janet Yellen comentou, em uma de suas aparições públicas, que chegou a hora de agir grande, se referindo à economia do país. Para Armando Castelar, colunista do Correio Braziliense, essa declaração somada aos planos de gastos de Biden indicam uma abordagem intervencionista do Estado na economia.
Desse modo, o banco central demonstra que atuará de forma mais passiva pelo menos até 2022. Outros países adotam essa conduta conhecida por ser uma teoria político-econômica chamada Keynesiana, o Japão é um exemplo. No entanto, segundo Castelar essa estratégia não tem sido eficaz lá.