Um estudo desenvolvido pelo Lowy Institute, na cidade de Sydney, Austrália, que analisou mais de 100 países em relação à aplicação de medidas de enfrentamento à pandemia, revelou que o Brasil é o pior país na gestão da Covid-19.
Foram adotados seis critérios para realizar o ranqueamento, entre eles a capacidade de detecção de doentes, casos confirmados e número de mortos. Ocupando a 94º posição, atrás apenas dos Estados Unidos, a administração ineficaz do governo brasileiro foi justificada pelo indicador de alta corrupção.
As nações com melhores desempenho no gerenciamento da doença, sendo a Nova Zelândia a líder no levantamento do estudo australiano (25 mortes notificadas desde o início da pandemia), foram apontadas como as que tiveram menor índice de corrupção.
Dados gerais do estudo
O estudo australiano da Lowy Institute, entidade independente de análise, publicado nesta quinta-feira (28) com apoio da Transparência Internacional, foi desenvolvido com base em um grupo de pesquisas em Sydney, tendo como critérios um parecer sobre as melhores e piores respostas dos países diante da crise pandêmica.
A ONG afirmou que não se trata de encontrar um “vencedor” ou “perdedor” entre os indicadores avaliados, mas revelar ao mundo que apesar das boas gestões frente a crise sanitária, a maioria das respostas foram insatisfatórias. O estudo analisou algo próximo a 100 países.
O estudo também mostrou que países com menor população conseguiram administrações mais eficazes, assim aquelas onde existem instituições bem coesas e organizadas levaram vantagem. Atualmente o mundo possui mais de 100 milhões de infectados.
A ‘liderança dos piores’ contra a Covid-19
Segundo o estudo, a administração brasileira com referência à pandemia de Covid-19 foi apontada como uma das piores do mundo, ocupando a 94º colocação, atrás apenas no número de óbitos para os EUA, que hoje somam 429.312, enquanto o Brasil atingiu os 220.161.
Em comum, as nações tiveram ao longo do ano passado a administração de líderes que se mostraram negligentes, mitigando a ameaça da doença. O presidente brasileiro Jair Bolsonaro realizou declarações polêmicas desde o início da pandemia.
Em março de 2020, o líder disse que o problema do coronavírus estava “superdimensionado”. No mesmo mês, já com o alerta da pandemia pela Organização Mundial de Saúde, Bolsonaro declarou que mesmo não sendo médico sabia que havia “gripes que mataram mais” que a do novo coronavírus.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”
Em abril, o presidente declarou que apesar de ter como sobrenome Messias “não podia fazer milagres”, isso porque foi questionado acerca do número de mortos no país, na ocasião mais 5 mil brasileiros.
No mês de maio Bolsonaro fez apologia ao uso da cloroquina, um fármaco empregado no tratamento da malária aguda, e acrescentou que tomava o medicamento só aqueles que fossem de direita, enquanto os apoiadores da ideologia de esquerda provavelmente tomariam tubaína.
Ao final de 2020, no mês de novembro, ele chegou a dizer que era necessário que a doença fosse eliminada, e que lamentava os mortos, mas enfatizando que todos morrem e que por isso o Brasil deveria deixar de ser um país de “maricas”.
Quando o mundo finalmente começou a vacinar sua população, Bolsonaro afirmou que não iria se imunizar e que era um problema apenas dele. Também em meados do mesmo mês, sobre o imunizante da Pfizer, disse que o governo não se responsabilizada pela possibilidade da vacina transformar os vacinados em “jacaré”.
Linha tênue entre gestão de saúde e corrupção na pandemia
Apontado como indicador de impacto negativo sobre as respostas “medíocres” dos governos diante da pandemia, a corrupção na gestão de saúde foi notável, e segundo o levantamento foi um critério amplamente notável.
Além do Brasil, também ficaram piores ranqueados o México, Irã, Colômbia, Venezuela, Síria, Somália, Iêmen e EUA. Vale dizer, que a China não foi incluída na pesquisa, posto que os autores do estudo acusam o país pela manipulação de dados favoravelmente.
A liderança positiva da Nova Zelândia
Do outro lado da história a Nova Zelândia assumiu a liderança na forma como lidou com a pandemia, registrando 2, 299 casos e 25 mortes. Como medida, o país adotou o fechamento da fronteira e isolamento de maneira precoce, além detestes e diagnósticos de estrangeiros.
Vietnã, Tailândia, Taiwan, Chipre, Ruanda, Austrália, Sri Lanka foram algumas das nações que a exemplo da Nova Zelândia também tiveram as melhores respostas na pandemia do novo coronavírus.
Leia também: Mundo ultrapassa 80 milhões de imunizados e Brasil ocupa o 12º na corrida à vacinação.
References
Mundo ultrapassa 80 milhões de imunizados e Brasil ocupa o 12º na corrida à vacinação – Mundo ultrapassa 80 milhões de imunizados e Brasil ocupa o 12º na corrida à vacinação – FolhaBR
problema do coronavírus – Bolsonaro critica isolamento e diz que 'brasileiro é forte e não teme perigo' – ISTOÉ Independente