A companhia aérea britânica easyJet avisou que não voaria mais do que 10% da capacidade de 2019 no trimestre entre janeiro a março, ante 18% no trimestre de setembro a dezembro, à medida que novos bloqueios e restrições de viagens mais rígidas em toda a Europa prolongam a crise da Covid-19.
Dada a visibilidade limitada durante o resto da temporada de férias de verão, a easyJet disse que não poderia fornecer orientação financeira, após relatar uma queda de 88% nas receitas trimestrais, uma vez que o número de passageiros caiu 87% nos três meses encerrados em dezembro.
A crise no mercado doméstico da easyJet no Reino Unido, seu maior mercado, se agravou na quarta-feira (27) quando o governo adotou novas medidas para restringir as viagens, incluindo exigir que os passageiros justifiquem por que estão deixando o país.
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EasyJet corta custos para se manter
Os testes de Covid-19 e quarentena antes da partida já estão em vigor, além de um bloqueio que proíbe feriados. Para sobreviver com receitas mínimas, que chegaram a 165 milhões de libras (US$ 225,3 milhões) no último trimestre, a easyJet tem cortado custos.
Ela disse que a maioria de seus pilotos baseados no Reino Unido agora têm contratos sazonais, assinou novos contratos de assistência em terra em seus principais aeroportos e trouxe alguma manutenção interna.
Como resultado dessas mudanças, estima-se que o consumo de caixa caia para 40 milhões de libras por semana em um cenário totalmente fundamentado. A perspectiva para as companhias aéreas europeias piorou à medida que países como Reino Unido, Bélgica e Suécia aumentam as restrições de fronteira.
As finanças da companhia aérea foram significativamente fortalecidas no início de janeiro, por meio de uma nova linha de empréstimo de cinco anos de US$ 1,87 bilhão, apoiada por uma garantia parcial do Reino Unido, que analistas disseram ter removido o risco de uma segunda emissão de direitos por enquanto.
Companhias aéreas da UE lutam para sobreviver
Para sobreviver à pandemia até agora, a easyJet já procurou acionistas em busca de dinheiro, disse que despediria 30% de sua equipe e vendeu dezenas de suas aeronaves.
Ela também revelou uma perda de cerca de £ 400 milhões no último trimestre de 2020, conforme os problemas se acumulam para o setor de aviação civil. Sofreu sua primeira perda anual desde seu lançamento em 1995 no exercício financeiro até setembro.
O presidente-executivo da easyJet, Johan Lundgren, exortou o governo do Reino Unido a não ir mais longe e disse que uma abordagem abrangente para a quarentena não faria sentido. Ele fez seu apelo quando o CFO Andrew Findlay revelou as perdas no quarto trimestre de 2020.
As companhias aéreas europeias, incluindo a IAG e a Ryanair, dependem do reinício das viagens na temporada de verão, quando recebem a maior parte de suas receitas. Sem uma recuperação a tempo para o verão, os analistas esperam que várias operadoras sejam forçadas a levantar mais dinheiro.
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Traduzido e adaptado por equipe Folha BR.
Fontes: CNBC e FinancialTimes.