Crise de 1929, a Grande Depressão que abalou o mundo.

24 de outubro de 1929, o dia que estará marcado na história mundial, mas, principalmente na história dos EUA. O dia em que a Bolsa de Valores dos EUA foi a falência, deixando ¼ da população norte americana desempregada.

Pela dependência que as nações possuíam dos EUA para as importações, a crise de 29 abalou a economia em todo o mundo, de Alemanha ao Brasil, todos acabaram sendo afetados direta, ou indiretamente pela crise.

Pós primeira guerra espiritual, em um período em que a economia dos EUA parecia estar indo bem, no sentido de que, enquanto a europa sofria com as consequências da guerra, como destruição de cidades, alta mortalidade dos homens, principal força trabalhista na época, o que levou à crise?

1929
Fonte: Imagem Internet

Ta afim de entender um pouco mais sobre o que gerou essa crise e como os EUA saíram dela?

Contexto histórico

Durante os anos de 1914 a 1918 o mundo viveu a Primeira Grande Guerra, de um lado a Tríplice Aliança, que teve início em 1882 e era formada por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha (a Itália mudou de lado em 1915). Do outro lado havia a Tríplice Entente, que teve início em 1907 e contava com a participação de França, Rússia e Reino Unido. O Brasil participou, enviando suporte médico à Tríplice Entente.

Foram anos em que a Europa como um todo sofreu muitas perdas e prejuízo econômico, independente de qual lado, todos os países envolvidos acabaram sofrendo muito. Gerando, aproximadamente, 10 milhões de mortes e o triplo de feridos, deixando um rastro de destruição em campos agrícolas, em indústrias e etc.

E pra que saber disso, se o tema do presente artigo é a crise de 1929? Por que com a destruição da Europa, os EUA tiveram sua produção estimulada, por uma alta demanda, afinal, os países europeus estava com suas indústrias destruídas, campos arrasados e perdido grande parte de seus homens, ou seja, grande parte da força produtiva.

Temos, então, um EUA com uma alta produção, uma política econômica liberalista, isso é, sem a interferência do governo, acreditando que o próprio mercado iria se auto regular e uma alta taxa de crédito sendo liberado à população.

Quanto mais alto se sobe…

Mesmo que a Primeira Grande Guerra tenha deixado um rastro de destruição, mortes e uma alta crise econômica nos países europeus, essa crise não duraria para sempre e, com o passar do tempo, as nações começaram a se reerguer, suas indústrias foram voltando a ativa e a dependência da produção dos EUA foi diminuindo.

Contudo, a produção dos EUA continuaram em alta. A indústria americana não acompanhou a mudança do mercado, a consequência disso, foi a geração de um alto estoque e uma contração na balança comercial dos EUA, no sentido de uma queda no lucro provindo das exportações.

Mas, a década de 20 havia sido um período de muita prosperidade para os EUA, os chamados “Loucos Anos Vinte” (Roaring Twenties), a nação ainda vivia eufórica, com a consolidação do chamado estilo de vida americano, com o consumo de mercadorias alto.

42% da produção de todas as mercadorias feitas no mundo, era dos EUA, foi um momento de crescimento industrial e pleno emprego, uma época em que a taxa de desemprego do país era cerca de, apenas, 4% e a produção de automóveis com um crescimento de 33%.

Além de produtos, os EUA também “exportavam” muito dinheiro, no sentido de emprestar quantias extravagantes de dinheiro, especialmente para as nações europeias que estavam em processo de reconstrução. Mas, nem só de exportação vive um país, os EUA também eram responsáveis pela compra de cerca de 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.

Maior é a queda

Esse crescimento propiciou um consumismo acelerado, gerou uma cultura em que as pessoas começaram a comprar carros, eletrodomésticos, simplesmente por comprar, de maneira descontrolada. Era relativamente fácil comprar, o crédito estava “liberado”, sem controle do Estado, o crédito apenas expandia.

E o que fazer quando a especulação é de que as empresas continuem crescendo? Investir. E foi exatamente isso que a população fez. O mercado financeiro começou a crescer, gerando uma especulação monetária, afinal, se a demanda é grande e a oferta é pequena pra essa demanda o que acontece? Os preços sobem. As ações tiveram saltos consideráveis nessa época.

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Mas, esse crescimento e essa especulação não duraram para sempre, com um mercado produzindo bem mais do que conseguia vender, com salários que não acompanhavam o crescimento da produção, foi-se criada uma bolha financeira, que uma hora iria estourar.

E isso aconteceu, então, naquela quinta feira negra, no dia 24 de outubro de 1929 quando mais de 12 milhões de ações foram colocadas a venda, gerando um desespero no mercado, no dia 28 foram mais de 33 milhões de ações postas a venda e a lei de oferta e demanda agiu novamente.

Quando a oferta é muito maior que a demanda, só existe uma consequência possível, o preço despenca, e foi o que aconteceu. Essa queda no valor das ações gerou um prejuízo de bilhões de dólares que, simplesmente, desapareceram. O império americano caiu.

Algumas consequências da crise no Brasil e no mundo

Lembra que foi dito que cerca de 40% de toda matéria-prima produzida era comprada pelos EUA? Pois é, imagina se você tem uma empresa e apenas 1 dos seus clientes compra quase metade dos seus produtos, imagina o que aconteceria se, de uma hora pra outra, esse cliente parasse de comprar?

Foi o que aconteceu, só que de forma mais intensa, afinal, estamos falando de uma nação, não de uma empresa. O Brasil, que na época era um grande exportador de café, produzindo 70% de todo o café mundial, viu sua venda de café caindo cerca de 60%. 80% da exportação de café do Brasil era feita aos EUA.

O preço do café despencou cerca de 90%, o governo brasileiro começou a comprar sacas de café, buscando valorizar o café no exterior. E sabe o que o governo fazia com as sacas compradas? Se você está pensando que faziam um cafezinho, está errado, essas sacas foram queimadas.

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E não foi apenas o Brasil que sofreu com essa crise, o comércio internacional teve uma contração de, aproximadamente, ⅓. O desemprego em países europeus chegaram aos seguintes números:

  • Grã-Bretanha: 23%
  • Bélgica: 23%
  • Suécia: 24%
  • Dinamarca: 32%
  • Noruega: 31%
  • Alemanha: 44%

Luz no fim do túnel

Em dado momento do filme Batman Begins, Alfred pergunta ao Bruce Wayne “Por que caímos, patrão Bruce? Para aprendermos a nos levantar”, e foi exatamente que os EUA fizeram, em 1933 o presidente Roosevelt começou o New Deal.

O plano buscava restabelecer o mercado, fiscalizando os empréstimos e a especulação na bolsa de valores. O governo começou a ser mais presente, ampliando a quantidade de obras públicas, diminuindo o desemprego.

Empresas estatais foram criadas, estradas foram criadas, indústrias, canais, portos e diversos outros investimentos foram feitos pelo governo, a fim de gerar emprego e “esquentar” o mercado.

Roosevelt também promoveu leis de proteção aos trabalhadores e desempregados, algo inexistente nos EUA até aquele momento. A “roda econômica” estava girando novamente nos EUA. O desemprego caiu e as pessoas voltaram a ter um salário para gastar e gerar lucro para as empresas.

Outro ponto que favoreceu a economia norte americana, foi o início da Segunda Guerra, que trouxe de volta a prosperidade e o crescimento dos EUA, com o crescimento de exportações. A Segunda Grande Guerra teve início quando, em 1939, Hitler invade a Polônia.