China executa ex-banqueiro pelo “maior escândalo financeiro do país”

Lai Xiaomin, condenado no início deste mês, acumulou uma fortuna através de suborno e desfalque, mas recaiu sobre a lei anti-corrupção do Presidente Xi Jinping.

Foto: (reprodução/AFP)

Lai Xiaomin, o ex-banqueiro condenado no maior escândalo de corrupção da China, foi executado na quinta-feira (28) “de acordo com os procedimentos legais” depois de ter sido condenado no início deste mês pelo Supremo Tribunal Popular

Embora nenhum outro detalhe da execução tenha transcendido, as autoridades explicaram que o antigo magnata pôde se encontrar com sua família por alguns momentos antes do cumprimento da pena de morte.

A vida de Lia Xiaomin

O caso de Lai Xiaomin é o mais notório contra a lei anti corrupção do Presidente Xi Jinping, que levou à demissão ou expulsão do Partido Comunista de dezenas de funcionários e empresários. 

O escândalo agitou o país quando surgiu que o antigo banqueiro havia obtido 225 milhões de euros (R$1,483,11 bilhão na conversão atual) em negócios corruptos e subornos realizados ao longo de uma década, entre 2008 e 2018, quando ele era um dos principais líderes da Comissão Reguladora Bancária da China. 

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O financiador também foi acusado de bigamia por ter casado e ter filhos enquanto estava casado com outra mulher.

Xiaomin atuou como presidente da Huarong, uma empresa de gestão de fundos controlada pelo Estado – efetivamente um dos “maus” bancos da China – onde ele desviou mais de três milhões de euros

A lei de execução chinesa

A corte que o julgou na cidade de Tianjin manteve durante o julgamento que o financiador exigiu repetidamente subornos em troca da concessão de projetos a certas empresas ou simplesmente para promoções, o que “pôs em perigo a segurança e a estabilidade das finanças nacionais”. “Anárquico e ganancioso”, ele pôde assim acumular uma fortuna e lhe permitiu tomar posse de inúmeros imóveis e carros de luxo, entre outros bens.

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Preso em 2018, o magnata foi imediatamente expulso do Partido Comunista da China. A imprensa local descreveu suas ações como o “maior escândalo financeiro” do gigante asiático, cujo sistema judicial, com a rápida execução do prisioneiro, apenas vinte dias após a sentença, estaria dando o exemplo de um “punho de ferro” contra a corrupção.

 Lai Xiaomin. Foto: (reprodução/Bloomberg)

Embora as execuções no país sejam consideradas um segredo de Estado, várias organizações de direitos civis estimam que há milhares por ano. Os últimos e mais rigorosos estudos remontam a uma década e citam uma taxa mais alta que a dos Estados Unidos, com cerca de 60% de todas as execuções no mundo inteiro.

A maioria das penas de morte são por assassinato e tráfico de drogas, e a pena capital não é comumente aplicada a casos de corrupção. Em muitos casos, ela é modificada para prisão perpétua.

Traduzido e adaptado por equipe Folha BR
Fontes: Hoy Espanã, Reuters