De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), no ano passado a intenção de compra de imóveis cresceu como nunca antes. No terceiro trimestre, 43% das pessoas entrevistadas afirmaram ter interesse na casa ou apartamento próprio.
Segundo especialistas consultados pelo Valor Investe, o ambiente está positivo para a aquisição de imóveis já que os valores que compõem essas transações estão menores. Ao contrário do que muitos pensavam, o mercado imobiliário viu sua demanda subir durante a pandemia do coronavírus. Os profissionais revelaram alguns motivos.
O que levou a venda dos imóveis disparar?
Em 2020, as vendas de imóveis aumentaram mais do que o previsto para um período de crise econômica, e é uma tendência que vai continuar em 2021. Esses negócios cresceram em razão do que parece ter sido uma demanda reprimida pelos consumidores.
Isso espantou, já que muitos aguardavam um cenário econômico melhor para comprar sua adquirir sua casa própria. Também, a baixa Taxa Selic ajudou o financiamento de imóveis a se tornar mais atrativo para o bolso das famílias.
Além disso, o índice de inflação usado nos reajustes de aluguel, o IGP-M, disparou 23% no ano passado. Isso colaborou para parcelas de financiamentos mais atrativas para quem é inquilino.
Pandemia influencia na compra de imóveis
Outro fator favorável para o mercado imobiliário é que com a pandemia, as pessoas passaram a dar atenção a sua residência. Com tanto tempo em casa devido à quarentena, o distanciamento social despertou ainda mais o desejo das famílias de terem o seu próprio espaço.
De acordo com a análise de Basilio, as pessoas estão buscando imóveis que ofereçam cômodo extra para fazer um escritório já pensando no home office. Ainda, ele declarou que existe uma tendência por varandas e cozinhas mais espaçosas.
Condições favoráveis para ter a casa própria
Segundo o economista Eduardo Zylberstajn, 2021 será um bom ano para adquirir apartamento ou casa com juros e parcelas de financiamento mais acessíveis. Entretanto, o profissional alertou que no segundo semestre os preços podem não ser tão atrativos como agora.
Conforme o Índice FipeZap, com o aumento da demanda, os preços de casas e apartamentos, subiram 3,67%. Esse foi o primeiro aumento desde 2016. O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Basilio Jafet, afirmou que provavelmente os valores vão avançar em 2021 por isso, a melhor hora é agora.
Conforme a CrediHome, o Custo Efetivo Total (CET) para a aquisição de um imóvel de R$ 750 mil, por exemplo, foi reduzido de 8,10% para 7,63% ao ano. No final, o consumidor economizou mais de R$ 40 mil quando comparado com o CET de outros anos.
Dicas para fechar o melhor negócio
Para fechar o melhor negócio e o sonho da casa própria não virar um pesadelo, o segredo é pesquisar. A recomendação é não perder tempo com a casa ideal, mas perseguir um imóvel com preço compatível com a condição financeira.
O fundador da CrediHome, Bruno Gama, aconselhou que o consumidor deve ter uma referência de preço ao entrar em uma negociação para comprar o imóvel. Assim, a capacidade de argumentação será maior.
Outra dica é analisar as condições dos principais bancos de financiamento como Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander e Itaú. Com vários orçamentos fica mais fácil comparar o Custo Efetivo Total da transação, incluindo taxas e juros.