Caminhoneiros interrompem circulação na Castello Branco e ameaçam greve

O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), foi alvo de protestos de caminhoneiros na manhã desta segunda-feira (01). A categoria realizou o bloqueio de duas faixas na rodovia Castello Branco.

Entre as diversas reivindicações dos caminhoneiros, em meio ao protesto, foi pelo pedido da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), contra pedágios considerados abusivos, ambas diferentes da pauta nacional da entidade que já vem protestando contra a alta dos combustíveis.

Caminhoneiros interrompem circulação na Castello Branco e ameaçam greve
Fonte: (Reprodução/Internet)

Em meio aos protestos na rodovia, alguns caminhoneiros também ameaçaram iniciar uma greve no mesmo dia, no entanto, de forma incerta, a aderência à paralisação não apresenta consenso entre o grupo.

Protesto autônomo contra medidas de João Dória

A interrupção do fluxo das duas faixas da rodovia Castello Branco nesta segunda-feira (01) foram apontadas por líderes do movimento como organizadas por grupos autônomos, que por volta das 6h da manhã iniciaram o fechamento das estradas, e por aproximadamente 40 minutos fizeram uma caminhada no local buscando apoio.

Nas ruas, a categoria relatou que os protestos se dirigiam ao governador do estado de São Paulo, João Dória, entre outras coisas por fechamento do comércio, enfatizando a necessidade da volta ao trabalho, cobrança excessiva de pedágios e reivindicando a favor da redução do ICMS. 

O conselho nacional dos caminhoneiros já haviam demonstrado insatisfação com o preço elevado dos combustíveis e com a política da Petrobras, que regula os valores de acordo com o mercado internacional.

Promessa de greve à vista 

As pautas cobradas pelo grupo se diferenciam da defendida pela entidade em sentido nacional, neste caso, a alta dos combustíveis, onde já se havia sinalizado em favor de uma paralisação geral da categoria.

Algumas das entidades representantes dos caminhoneiros já sinalizaram contra a greve, entre elas a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (Abrava), ambas associações apoiaram a paralisação de 2018. 

Atualmente a categoria notificou 26 representativas dos caminhoneiros, e de acordo com a entidade nacional são aproximadamente 800 mil caminhoneiros inscritos na base da cooperativa, sendo que das 26 representativas, 13 já comunicaram apoio à greve.

O Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) fez orientação para que os que os apoiadores da paralisação, a partir de hoje se mantenham em suas casas, evitando assim aglomerações nas ruas.

Resposta do Governo paulista

Em nota de resposta, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo se referiu ao ICMS como uma pequena fatia do preço do combustível, e que o restante do valor em grande parte é regulado pela Petrobrás. Também foi enfatizado que o estado mantém uma das menores taxas de ICMS do país em relação ao diesel (13,3%).

Quanto ao pedágio, a nota explica que o reajuste da tarifa de pedágio foi adiada em julho do ano passado. Por fim, o documento fecha citando o apoio estadual à categoria durante a pandemia, fornecendo milhares de kits de alimentação e de higiene.

Bolsonaro fez apelo para a categoria não iniciar greve

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez apelo no último sábado (30) contra uma possível greve entre os caminhoneiros, declarando que entende os problemas e indicando pela tentativa de redução de taxas do PIS/Cofins sobre o óleo diesel.

Bolsonaro disse que já dialogou com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, mas que não tem poder para alterar a política de preços da empresa. Castello Branco por outro lado afirmou que a ameaça de greve nacional não é problema da Petrobras.

References

ameaça de greve nacional não é problema da Petrobras