Na segunda-feira o Liste Finanças (25) publicou notícia sobre o possível retorno do Auxílio Emergencial no Brasil, ao qual já é pauta de discussão entre os parlamentares. Apesar disso, existem críticas de analistas do mercado que não acreditam comportar o benefício no teto de gastos federais.
No mesmo dia, em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a reiterar que não irá aprovar a prorrogação do benefício, declarando que se trata de algo emergencial e não de uma ‘aposentadoria’.
O Auxílio Emergencial foi o grande motor de movimentação da economia brasileira durante o maior período de surto da doença, não obstante os volumes de gastos públicos com medidas de controle da pandemia elevaram a dívida nacional a um estado fiscal de risco.
“Lamento os necessitados, mas endividamento está no limite”
Bolsonaro chegou a declarar que lamentava pelos muitos brasileiros necessitados, mas que diante da dívida do país ao limite não seria possível realizar o prolongamento do benefício.
Durante o pronunciamento em que tratou do assunto, um apoiador do presidente chegou a questioná-lo sobre a sua concordância com a prorrogação, porém em resposta, Bolsonaro foi incisivo na fala dizendo que só conversaria sobre o tema com Paulo Guedes, ministro da economia.
“Emergencial, não aposentadoria”
Em seguida o líder brasileiro emendou afirmando novamente e negando a extensão do Auxílio Emergencial, cuja última parcela está sendo liberada para saque nos meses seguintes. De acordo com Bolsonaro, “emergencial” não é o mesmo que “duradouro”, não é algo “vitalício” e que não se compara a uma “aposentadoria”.
Pressões de todos lados
A retomada do pagamento do Auxílio Emergencial é pressionada pelo congresso em grande expressão, inclusive entre os apoiadores de Bolsonaro que mesmo sob pressões manteve firme a palavra, sendo apoiado pelo ministro Guedes que considera que o país já está no limite do investimento.
Com as pressões vindo de todos os lados, era esperado que o presidente indicasse apoio ao retorno, mas seguindo previsões catastróficas do mercado financeiro e as contas públicas em seu limite de gastos, manteve-se o foco na retomada econômica.
Queda da popularidade de Bolsonaro
A decisão de finalizar o benefício já se refletiu na queda de popularidade do presidente. Os institutos de pesquisa apontaram queda relevante do índice de apoio ao governo Bolsonaro, ainda que os apoiadores retratem ‘equívocos’ das empresas.
A queda se deu principalmente entre a população de menor renda familiar, de acordo com dados do Datafolha, antes das últimas decisões do presidente, considerando a reprovação do benefício, aumentou a desaprovação de 26% para 41%.
Essa queda representa uma alta da avaliação contrária ao presidente em 8 pontos, no índice geral antes 32% para 40%, sendo que desse aumento 6,5 pontos vieram dos mais pobres.
Piora do risco fiscal eleva impopularidade
Além dos cortes com o Auxílio Emergencial também é apontado como índice contribuidor para a impopularidade do presidente a situação de risco fiscal. O risco fiscal está associado a uma situação critica é incerta nas contas que combinado em uma má gestão econômica, podendo culminar de difícil equilíbrio.
No final do ano passado o Brasil fechou com recorde inédito de endividamento 90% do PIB, pressionando o teto de gastos e desestimulando o investimento estrangeiro. Também no mesmo período os gastos públicos com a contenção da pandemia já somavam R$ 578, 5 bilhões, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas.