Bolsonaro afirma que Auxílio Emergencial não será permanente – Entenda

Nesta terça-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro voltou a mencionar o Auxílio Emergencial. Em sua fala, o político ratificou seu dever no que se refere ao teto de gastos do país.

A investidores estrangeiros, Bolsonaro afirmou que o governo não irá deixar que as iniciativas momentâneas adotadas para combater a pandemia, se tornem compromissos permanentes de despesas.

Bolsonaro afirma que Auxílio Emergencial não será permanente - Entenda
Fonte: (Reprodução/Internet)

Bolsonaro reafirma abandono do Auxílio

Nesta manhã, o governante participou do “Latin America Investment Conference”, festival produzido pelo Credit Suisse, banco de investimentos da Suíça. Ao lado dele, estavam os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores.

Ao comentar sobre as medidas provisórias, Bolsonaro se referiu principalmente ao Auxílio Emergencial, benefício destinado a ajudar os brasileiros mais afetados pela pandemia do coronavírus, como os trabalhadores informais e inscritos em programas sociais.

“No âmbito fiscal, manteremos firme compromisso com a regra do teto de despesas como âncora de sustentabilidade e de credibilidade econômica. Não vamos deixar medidas temporárias relacionadas com a crise se tornem compromissos permanentes de despesas.”, disse Bolsonaro.

Mesmo com pressão, programa não deve retornar

No Congresso, os legisladores se encontram sob pressão para expandir o escopo da ajuda. Eles argumentam que sem recursos, alguns beneficiários não serão capazes de sustentar suas vidas.

Ontem, em conversas com apoiadores, o presidente rejeitou essa possibilidade. Segundo ele, o mecanismo de emergência não é aposentadoria, e também lamentou ter pessoas passando necessidade.

Possibilidade de violar teto de gastos preocupa investidores

A possibilidade de o Brasil violar a lei que estabelece teto de gastos é uma das principais preocupações dos grandes investidores. Se isso acontecer, os economistas dizem que o ambiente fiscal se tornará frágil e os recursos massivamente usados ​​do país serão perdidos.

Bolsonaro tentou transmitir uma imagem otimista da recuperação econômica do país e disse que, devido à pandemia, 2020 foi um desafio para toda a comunidade internacional. Para ele, o Brasil já está recuperando a vitalidade econômica, por isso é possível prever resultados muito positivos até 2021.

Com a aceleração das privatizações e franquias, principalmente na área de infraestrutura, o chefe executivo federal tentou aumentar o interesse do país em atrair novos investimentos estrangeiros por meio do PPI, o Programa de Parcerias e Investimentos.

(Fonte: Reprodução/ Marcos Corrêa)

Bolsonaro também reiterou que o objetivo primordial da política externa brasileira é a adesão à OCDE, que reúne os países mais ricos do mundo. Além disso, voltou a defender a importância da aprovação das reformas propostas pelo governo na Assembleia Nacional.

Apesar da negação, Ministério discute nova ajuda emergencial

Mesmo com resistência, o Ministério da Economia já discute uma nova rodada de ajuda emergencial, mas a condição é que seja fechado um acordo com o Congresso para aprovar rapidamente medidas de corte de gastos.

A decisão só foi tomada após as eleições para a sala de conferências e para o Senado marcadas para 1º de fevereiro. Na ocasião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretendia iniciar um diálogo para a aprovação dessas medidas.

Como previamente dito pelo jornal Estadão, a estratégia era prender as expectativas e aguardar a eleição. As posições dos quatro principais candidatos na Câmara dos Deputados e no Senado obrigam o governo a rever o plano.

Vacinas também entram em pauta

Impulsionados pela Covid-19, todos os quatro candidatos apoiam uma nova rodada de ajuda. Ao mesmo tempo, o governo deve acelerar as negociações para a compra de vacinas para imunizar a população e destravar a economia.