Na terça-feira (23), após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), alguns bancos tiveram que reconsiderar as suas projeções, levando ao aumento da Selic – taxa básica de juros – já no próximo encontro, datado para os dias 16 e 17 de março.
Por meio da ata elaborada na reunião, parte dos membros do Copom já consideraram a necessidade de alterar a Selic, devido a alguns fatores, como a elevação da inflação. Sem embargo, foi preciso esperar a divulgação de novos indicadores para iniciar a alta da taxa.
Deliberações da reunião do Copom
“A ata do Copom elimina possíveis dúvidas sobre o senso de urgência das autoridades’’, ressalta o relatório do Itaú Unibanco. Segundo a instituição, as autoridades já tinham em mente considerar o aumento dos juros, porém não sabiam o período.
O Itaú considera que o ritmo de elevação das taxas, atualmente, irá depender do aumento das atividades econômicas e da política fiscal, segundo mostrado na ata. Porém, as primeiras alterações estão previstas para acontecer em março, de acordo com os parágrafos 15 e 16.
O Banco Central do Brasil – entidade responsável pela mudança – retirou do comunicado a expressão inglesa “forward guidance”, que em português significa prescrição futura. Ela funcionava como uma ‘’barreira’’ que impedia a elevação dos juros.
Bancos alteram o índice da Selic
O banco Credit Suisse é uma das instituições que irão antecipar a alta da Selic devido a ata do Copom, já que antes, a mudança estava prevista para acontecer somente em junho. Porém, com as novas deliberações, o início da alta está marcado para março.
A empresa continua projetando que a taxa Selic irá terminar o ano em torno de 4,5%. O relatório divulgado pelo Credit explica que a instituição ficou surpresa ao ver a possibilidade do começo do processo ter sido decidida na mesma reunião em que tiraram o ‘‘forward guidance’’.
Já o Itaú Unibanco, outra instituição que irá alterar a taxa básica, tem a expectativa de começar o ciclo com 0,25 ponto porcentual, com o final de 0,25 ponto. Até o final do ano, a Selic estará em torno de 3,50%.
Apoio à mudança
A XP Investimentos tem classificado como plausível a alta da Selic depois de maio. Caio Megale, economista-chefe da corretora, relata que em caso de mudanças positivas na economia ou indícios de deterioração do quadro fiscal, o aumento da taxa pode ser antecipado já na próxima reunião.
Apesar do relato, esse não é o cenário mais provável segundo a XP. A corretora prevê um quadro fiscal sem alterações nos próximos meses, além da desaceleração econômica e a ociosidade no mercado trabalhista ao longo de 2021.
‘‘Entendemos que o documento é consistente com nosso cenário de início de ciclo de alta de juros em maio’’, relata Megale. As informações foram retiradas do jornal O Estado de São Paulo.
Entenda mais sobre a taxa Selic
A taxa Selic corresponde aos juros básicos da economia do país. Os movimentos influenciados por ela alteram todas as outras taxas de juros existentes no Brasil – sejam as taxas de empréstimo ou as de uma aplicação financeira.
Em torno de 45 dias, a Selic é discutida na reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Com isso, saem notícias em todo o Brasil, informando se continua estável ou passou por um processo de aumento ou queda.
Em agosto de 2020, a taxa básica foi definida em 2% ao ano, se mantendo assim até a última reunião do Comitê, que aconteceu na semana passada. É possível acessar a ata da reunião através do portal do Banco Central do Brasil.
Leia também: Especialistas avaliam investimentos com Taxa Selic em 2%.
References
Especialistas avaliam investimentos com Taxa Selic em 2% – Especialistas avaliam investimentos com Taxa Selic em 2% – FolhaBR
