A Bolsa de valores brasileira, a B3, retornou do feriado com muitos assuntos como pano de fundo. Um deles é o otimismo do mercado com o pacote trilionário de Joe Biden para a economia. Como reflexo, os índices do mercado norte-americano atingiram novos recordes no último pregão.
No entanto, no pré-market as Bolsas dos EUA sinalizaram correção devido à probabilidade de modificação no valor do estímulo fiscal do presidente americano. Outros fatores devem seguir influenciando mercado.
Bolsas caem com pacote dos EUA
Prova do reflexo das incertezas sobre o pacote financeiro de US$ 1,9 trilhão é o desempenho misto nas Bolsas asiáticas, que sentiram a oscilação em Wall Street. Em Hong Kong, por exemplo, os índices voltaram em queda de 2,55%. Em Tóquio, o Nikkei recuou 0,96% e na Coreia do Sul o Kopsi teve baixa de 2,14%.
Na China o Shenzen Composto caiu 1,95%, enquanto o Xangai Composto retrocedeu 1,51%. Segundo o analista Gustavo Cruz da RB Investimentos, consultado pelo Valor Investe, uma eventual pressão para reduzir estímulo planejado pode gerar impactos no mercado.
Além disso, o coronavírus continua influenciando no mercado. As principais Bolsas mundiais refletem que o público continua de olho no aumento da contaminação por coronavírus ao redor do mundo.
Europa adota novas medidas contra pandemia
Muitas autoridades da Europa adotaram medidas mais rígidas de proteção à Covid-19. No início da semana, a União Europeia apresentou proposta para que todos os países do bloco econômico adotem restrições às viagens.
A iniciativa veio após novas variantes do vírus surgirem em território europeu. Recentemente, a Alemanha detectou variante brasileira do coronavírus. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mesma variante foi identificada no Japão.
Brasil: Eletrobras e vacina da Covid roubam cenário
No Brasil, as influências do exterior somam às novidades no mundo corporativo. A renúncia de Wilson Ferreira Junior da presidência da Eletrobras mexeu com os ânimos dos investidores. Ao deixar o posto, o executivo fundamentou sua decisão sobre o argumento de que a privatização da companhia não ganhou tração.
“A pandemia atrapalhou andamento da privatização, havia perspectiva de retomada no segundo semestre de 2020, mas não se materializou”, declarou o ex-presidente da Eletrobras.
Segundo o especialista Gustavo Cruz, a saída de Wilson Ferreira Junior foi vista como um sinal de que a privatização da companhia não irá acontecer. Agora, o público se preocupa com quem ocupará o cargo.
Especulações da mídia apontam Ruy Flaks Schneider, oficial da reserva da Marinha, seja o sucessor de Ferreira Junior. Entretanto, o ex-presidente da empresa afirmou que acha uma surpresa a nomeação de Schneider já que, em suas palavras, a função deve ser exercida por um profissional especializado.
Vacinação está mais próxima, avalia analista
Ainda conforme o analista Gustavo, as expectativas sobre a vacina devem crescer. Nos últimos dias, a notícia é de que o governo liberou a aquisição do imunizante por companhias privadas. Provavelmente, essa medida irá acelerar o ritmo de vacinação tendo em vista que ocorrerá simultaneamente com o SUS.
O presidente Jair Bolsonaro declarou em rede social que a China liberou insumos para o Coronovac no Brasil. De acordo com o Bolsonaro, a embaixada chinesa informou que 5,4 mil litros de insumos.