Após divulgação da conta milionária da gestão Bolsonaro com a compra de leite condensado apurada pelo Portal Transparência do governo federal, o site enfrentou lentidão e instabilidade na tarde desta terça-feira (26).
Conforme divulgado em primeira mão pelo Jornal Metrópole, os gastos do executivo com o produto somam volume de R$ 15 milhões, tornando-se o centro das atenções do debate político e público, logo denominado de a ‘polêmica do leite condensado’.
A Controladoria-Geral da União (CGU), justifica a queda da plataforma como resultado do grande número de acessos à página, algo fora do habitual. Nas redes sociais houve forte repercussão sobre a lista de gastos, que também contempla R$ 2,2 milhões com chicletes e R$ 32,7 milhões em pizza e refrigerante.
O protagonismo do pão com leite condensado de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro já havia demonstrado em diversas ocasiões a sua predileção pelo pão com leite condensado, o que prontamente foi associado ao assunto mais comentado do Twitter na tarde da terça-feira (26), logo após o Jornal Metrópole divulgar os gastos federais com produtos alimentícios.
Não obstante a associação ao nome do presidente, os R$ 15 milhões despendidos com o produto se referem ao gasto federal, isto é, a esfera de todo o poder executivo. Os valores empenhados com a categoria de alimentos só foram considerados em relação aos que somaram mais de 1 milhão.
A informação do painel de compras federais do Portal Transparência também detalhou o elevado gasto com chicletes, R$ 2,2 milhões, e com pizzas e refrigerantes, R$ 3,7 milhões.
A instabilidade do Portal Transparência
Segundo levantamento do Jornal Metrópole, a lista federal de compras de alimentos alcançou R$ 1,8 bilhões. O alto gasto chamou a atenção da população que no mesmo dia passou a acessar a página do Portal Transparência, gerando em alguns momentos a sua indisponibilidade.
O problema adentrou a noite e a CGU notificou a sobrecarga e prometeu a análise e resolução do mesmo. Ressalta-se que o Portal Transparência é um instrumento que segue um dos princípios da administração pública, o da publicidade. Pelo site são fornecidas informações gerais e detalhadas sobre os gastos federais entre outras com:
- Pagamento de servidores;
- Compras realizadas por modalidade de licitação;
- Empenho com emendas parlamentares;
- Despesas de viagens.
Lista bilionária é 20% mais cara que levantamento de 2019
Tendo ainda como base o painel de compras atualizado pelo Ministério da Economia, o periódico Metrópole apontou aumento de 20% nos gastos com comida pelo executivo, quando se comparado ao somatório do ano de 2019.
Foram 5 milhões na específica categoria de frutas desidratadas, mas também foram grandes as somas com doces, como biscoitos (R$ 50.149.168,18); bolos (R$ 18.130.975,94); além dos gastos com compras de carnes, entre elas a bovina (R$ 89.636.543,25) e carne de ave (R$ 51.517.015,80).
Representações contra gastos do executivo
Os opositores do governo Bolsonaro abriram representação no Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando investigação em torno das altas despesas da administração pública federal.
Também foi formalizado pedido junto à Procuradoria Geral da República. Entre os responsáveis pela protocolização estão Fernanda Melchionna, Sâmia Bomfim, Vivi Reis e David Miranda, ambos deputados do PSOL.
References
Portal Transparência – Painel de Compras – Execução
