Na última quarta-feira (3), a American Airlines declarou que pode desligar até 13 mil funcionários se não tiver ajuda governamental até o mês de abril. A companhia aérea alertou sobre a questão, em razão dos prejuízos com a redução da demanda por voos na pandemia.
Outras companhias também estão reduzindo seu quadro de pessoal. Na semana passada, a United Airlines notificou cerca de 14 mil funcionários. Desde o início da crise, o setor aéreo foi um dos que mais sentiram os impactos do coronavírus.
American Airlines negocia com sindicatos
Ainda no comunicado sobre o desligamento de empregados, a American Airlines afirmou estar trabalhando com os dirigentes sindicais para diminuir os impactos nos empregos. Todavia, a situação da indústria aérea está difícil.
De acordo com Doug Parker, diretor-executivo da companhia, a vacinação está acontecendo em um ritmo mais lento do que o esperado e as novas restrições aos voos internacionais afetaram a demanda por viagens.
Uma das exigências adotadas para os voos internacionais é a necessidade dos clientes testarem negativo para o vírus, antes de embarcarem no avião. Parker ainda declarou que a empresa não irá operar com todas as aeronaves conforme planejado para o verão.
Companhia pode desligar menos empregados
Apesar da companhia estar em iminência de notificar os funcionários sobre eventual demissão, nem todos serão necessariamente dispensados. No ano passado, a American Airlines chegou a notificar 36 mil empregados, deles 13 mil foram demitidos.
Assim que novas medidas governamentais foram implementadas para proteger os empregos na indústria aérea, a empresa voltou a contratar os antigos colaboradores. Porém, o apoio do estado tem prazo final em 1º de abril.
Para reverter esse quadro, os executivos da American disseram que estão tentando conseguir prorrogação das medidas junto aos legisladores dos Estados Unidos. Os sindicatos também estão auxiliando nessa situação.
American irá aderir plano de demissão voluntária
Simultaneamente, a American irá abrir plano de demissão voluntária mais uma vez. Além de oferecer licenças não remuneradas para os funcionários nos EUA. Os empregados que não são pilotos terão acesso aos recursos.
Nesse ínterim, a companhia divulgou prejuízo de mais de U$S 8 bilhões e uma baixa de 62% no volume de negócios em 2020. O CEO Doug Parker noticiou que foi o ano mais difícil da história.
Também, algumas modificações foram feitas visando o corte de gastos. Como por exemplo a alteração da marca da tinta utilizada nos aviões. Conforme a American, a nova tinta é a Silver Eagle que é mais barata e mais leve ajudando diretamente no peso da aeronave. Assim, reduz também o consumo de combustível.
A espera de pacote trilionário de Biden
Enquanto isso, as empresas do setor aéreo esperam pela aprovação do pacote de 1,9 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden. O Congresso norte-americano ainda está discutindo o estímulo econômico.
Os republicanos propuseram a redução do valor para US$ 600 bilhões, mas o novo presidente não concordou. Conforme a CNN, Biden afirmou que não iniciará seu governo quebrando uma promessa feita à população.
Entretanto, a emissora ABC noticiou que o democrata está aberto a negociações com os republicanos. Uma das concessões que poderão entrar no acordo é a distribuição de cheques conforme os níveis de renda do povo.