O Alibaba relatou lucratividade para seu negócio de computação em nuvem pela primeira vez em um esforço contínuo para diversificar seus negócios além do e-commerce, já que enfrenta escrutínio regulatório na China.
A gigante chinesa de tecnologia informou lucro antes de juros, impostos e amortização (EBITA) de 24 milhões de yuans (US$ 3 milhões) para seus negócios de nuvem no trimestre de dezembro.
O EBITA ajustado é uma medida de lucratividade. Isso se compara a uma perda de 356 milhões de yuans no mesmo período de 2019. O Alibaba disse que espera que sua divisão de nuvem se torne lucrativa dentro de seu atual ano fiscal, que começou em abril de 2020 e termina em março.
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Receita de nuvem aumentou 50%
O marco será bem-vindo por investidores que deram grande importância à computação em nuvem para impulsionar o crescimento futuro do Alibaba. O presidente e CEO Daniel Zhang disse em uma entrevista em 2018 que a computação em nuvem seria o principal negócio do Alibaba no futuro.
A receita de computação em nuvem para o terceiro trimestre fiscal do Alibaba chegou a 16,11 bilhões de yuans, um aumento de 50% ano a ano. Isso está abaixo dos 16,69 bilhões de yuans esperados, de acordo com uma estimativa de consenso da StreetAccount.
“Nosso negócio de computação em nuvem continua a expandir a liderança de mercado e mostrar forte crescimento, refletindo o enorme potencial do mercado emergente de computação em nuvem da China, bem como nossos anos de investimento em tecnologia”, disse o CEO da Alibaba.
Os lucros do Alibaba vêm no momento em que a empresa enfrenta pressão crescente dos reguladores chineses sobre suas práticas de negócios, que de acordo com a comissão chinesa não abrem brecha para competitividade.
Alibaba sofre pressão de reguladores
Em dezembro, a Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China (SAMR) abriu uma investigação sobre o Alibaba por práticas monopolistas. O problema era uma prática que força os vendedores a escolher uma das duas plataformas de comércio eletrônico, em vez de poder trabalhar com ambas.
O gigante do comércio eletrônico chinês disse que estabeleceu uma força-tarefa especial com líderes de suas unidades de negócios relevantes para conduzir análises internas em relação à investigação do SAMR.
“Continuaremos a nos comunicar ativamente com o SAMR sobre a conformidade com os requisitos regulatórios”, disse Alibaba, acrescentando que fornecerá uma atualização quando a investigação for concluída.
Em novembro, os reguladores chineses retiraram o plugue do que teria sido a oferta pública inicial recorde (IPO) do Ant Group, a afiliada de tecnologia financeira do Alibaba.
Ant Group realizará procedimentos regulatórios
O fundador do Alibaba, Jack Ma, cujos comentários negativos aos reguladores foram vistos como um fator por trás do cancelamento do IPO da Ant Group, permaneceu fora da vista do público por alguns meses apenas para reaparecer em um pequeno vídeo em janeiro.
O Alibaba disse que o Ant Group está desenvolvendo um plano de retificação, que precisará passar pelos procedimentos regulatórios relevantes, devido às mudanças significativas no ambiente regulatório de tecnologia financeira na China.
“Portanto, as perspectivas de negócios do Ant Group e os planos de IPO estão sujeitos a incertezas substanciais. Atualmente, não podemos fazer uma avaliação completa e justa do impacto que essas mudanças e incertezas terão no Grupo Alibaba”, disse a empresa eu seu relatório de resultados.
A companhia acrescentou ainda que irá atualizar o mercado assim que o Ant Group tiver concluído os procedimentos regulatórios relevantes para seu plano de retificação, segundo o relatório de resultados.
Receita do Alibaba supera expectativas
A receita total do Alibaba chegou a 221,08 bilhões de yuans (US$ 33,88 bilhões) no trimestre de dezembro, superando as estimativas dos analistas de US$ 214,4 bilhões de yuans. O lucro por ação ficou em 22,03 yuans, à frente dos 20,87 yuans estimados por analistas.
Foi o principal negócio de comércio do Alibaba, responsável por 89% da receita, que impulsionou o crescimento. A receita de comércio principal chegou a 195,54 bilhões de yuans no terceiro trimestre fiscal, um aumento de 38% no comparativo anual.
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Traduzido e adaptado por equipe Folha BR.