Na segunda-feira (1), analistas de Wall Street deram pouco crédito à possibilidade de uma mega fusão entre a Exxon e a Chevron, já que notícias de negociações no ano passado entre as duas maiores empresas de petróleo dos EUA vazaram antes dos resultados da Exxon.
As ações de ambas as empresas caíram no início do pregão em Nova York, apesar da alta do mercado geral e dos ganhos de fim de semana nos preços globais do petróleo. A Exxon caiu 0,62% enquanto Chevron se recuperou na tarde com alta de 0,53%.
Os resultados de fim de ano da Exxon programados para terça-feira (2) deverão mostrar a empresa registrando seu primeiro prejuízo anual, já que estão sendo prejudicados por uma cobrança de até US$ 20 bilhões sobre o valor de suas propriedades de gás natural.
Veja mais: China executa ex-banqueiro pelo “maior escândalo financeiro do país”
Governo Biden reforça política antitruste
As conversas entre o presidente-executivo da Exxon, Darren Woods, e o CEO da Chevron , Mike Wirth, foram sérias o suficiente para que documentos legais envolvendo certos aspectos das discussões de fusão fossem redigidos, disse uma fonte por dentro do assunto.
“No ano passado, uma fusão focada em corte de custos das duas empresas pode ter feito sentido e também dimensionar as questões nesta indústria, de modo que teria criado de longe a maior empresa de petróleo integrada”, disse Anish Kapadia, diretor de energia da Palissy Advisors, com sede em Londres.
No entanto, as preocupações antitruste e a nova postura do governo dos Estados Unidos sobre grandes fusões tornam improvável que um acordo volte à tona, disse Kapadia, acrescentando que a compra de empresas petrolíferas menores e duramente atingidas dá à Exxon e à Chevron mais valor.
À medida que os produtores de petróleo na Europa se adaptam ao impulso dos investidores por uma mudança para as energias renováveis, também é possível que a Chevron ou a Exxon possam comprar o negócio de produção de petróleo de uma grande empresa europeia nos próximos anos, disse Kapadia.
Fusão entre Exxon e Chevron chegaria a US$ 350 bilhões
O colapso dos preços do petróleo em abril do ano passado empurrou o petróleo para um território negativo e criou uma crise de sobrevivência para grande parte da indústria dos EUA.
“Dada a queda vertiginosa do ano passado, não é surpreendente que a Exxon e a Chevron tenham discutido a respeito da fusão”, disse Mark Stoeckle, CEO da Adams Funds, com sede em Baltimore.
Segundo Funds, o forte retrocesso nos preços provavelmente esfriou ambas as empresas. Ele acrescenta ainda que, sem dúvida, haveria sinergias de custos significativas, mas as questões antitruste do governo Biden seriam provavelmente demais para superar.
O valor de mercado de uma empresa combinada pode chegar a US$ 350 bilhões, criando a segunda maior empresa de petróleo do mundo em capitalização de mercado e produção, perdendo apenas para a produtora estatal de petróleo da Arábia Saudita, a Aramco.
Leia também: Prata valoriza sob ações de usuários da internet
Traduzido e adaptado por equipe Folha BR.
Fontes: CNBC e The Guardian.